Quem
conhece as canções de Gonçalo Tavares - e são cada vez mais os que têm o
prazer de as conhecer - percebe de imediato um gosto pelas melodias e
harmonias inspiradas que o seu autor gosta de utilizar. O criador de “Só
Me Lembro De Ti”, a belíssima e destacada balada incluída na novela
“JardinsProibídos”,
ganhou a visibilidade e o aplauso que há muito estavam à sua espera.
Eis Gonçalo Tavares, de corpo e voz inteiros a espalhar
cada vez mais a sua visão musical serena e melódica, às vezes mais
dançante, outras mais intimista,mas
sempre sempre a sua verdade, porque é de sentimentos quando falamos
dele.
Com a sua voz, o fraseado que evoca grandes cantores e
crooners de respeito e um extraordinário instinto para as baladas
poderosíssimas. Gonçalo é uma espécie de despertador de emoções, pela resposta literalmente apaixonada das
plateias que o vêem e ouvem cantar. Gonçalo vai direito ao
coração, sem lamechisses ou concessões.
Sábado, 7 de Março de
2015:
uma canção especial marcou o nosso serão. Gonçalo Tavares
teve mais uma participação no certame mais importante da música
portuguesa.
Ser um dos 3 apurados, e ficar em 1º na escolha dos pares, foi uma
vitória! Tu Tens Uma Mágica
A IMPORTÂNCIA DE UM
PIANO
Será sempre fascinante
perceber como uma vocação surge: sem tempo nem lugar nemmodo previsíveis. Um mistério à espera de acontecer mas de que nunca
iremos ter a certeza de como aconteceu.
No caso de Gonçalo Tavares poderíamos acusar um piano vertical que fez
parte da
infância do cantor. «Foi um relacionamento natural», diz Gonçalo
recordando tempos
passados. «O piano cresceu comigo e eu fui aprendendo a tocar. Primeiro
só usava as
teclas pretas, mais harmónicas», diz a sorrir e deixando mais uma pista
para a
descoberta do mistério. Quem conhece as canções de Gonçalo Tavares - e
são cada vez
mais os que têm o prazer de as conhecer – percebe de imediato um gosto
pela melodia e
pelas harmonias inspiradas que o seu autor gosta de utilizar. O piano
seria então o
remoto responsável pelo despertar de uma carreira. Mas não o único:
existe o talento.
Mas disso já falaremos.
Regressemos por agora a esses dias de descoberta, passados algures no
centro do país.
Com uma família também dada a estas coisas da música, o pequeno Gonçalo
vivia
naturalmente o que iria ser o seu destino. Aos oito anos cantava fado em
festas de
família; aos 12, já com apresentações públicas, formava uma banda de
garagem com o
improvável nome de A Mafia. Só que estes jovens “mafiosos” não eram uma
banda
qualquer: todos os seus elementos eram autores e compositores, o que
fazia com que o
seu repertório fosse totalmente formado por temas originais.
Com 14 anos, Gonçalo
integrou a BandaTribo, que acompanhava José Cid nos seus espectáculos. «Foi um período
de muitotrabalho», lembra. Que incluiu mesmo várias passagens pelo Festival da
Canção. Mas
nunca por um momento deixou de compor e escrever, ao mesmo tempo que
dava vários
espectáculos, longe do frenesim da capital. A distância terá importado
num
reconhecimento de uma voz própria? «Provavelmente, sim», concorda
Gonçalo. «Estar
longe de Lisboa, actuar longe de Lisboa tem a sua influência. Mas nunca
me impediu
de procurar ter uma voz própria, de me preocupar com a forma das minhas
canções.
Tenho o maior cuidado em escrever. Gosto muito de poesia».
E é este
cuidadoartesanal que se pode ouvir nos temas de Gonçalo Tavares, que trabalha
cada cançãocom a atenção que exige e merece.
Passagem rápida para este instante, para o agora mesmo. Uma altura em
que, graças a
um tema que foi incluído na banda sonora da telenovela Jardins Proibidos
(TVI) – a
belíssima balada Só Me Lembro De Ti – Gonçalo Tavares ganha uma
visibilidade e um
aplauso que há muito estavam à sua espera. «Acredito muito em
acreditar», garante. Epor vezes a vida é justa.
Avisou-se no início que iríamos falar de talento. É agora: eis Gonçalo
Tavares, de corpo
e voz inteiros, a espalhar cada vez mais a sua visão musical serena e
melódica, às vezes
mais dançante outras mais intimistas – mas sempre, sempre a sua verdade.
«Ponho todo
o coração na minha voz e no que escrevo. Quando se canta assim, damos
muito de nós.
Talvez seja por isso que me sinto um cantor ao vivo, preciso de dar e
receber, de sentir edar a sentir».
Porque é de sentimentos do que falamos quando falamos de Gonçalo
Tavares. De
emoções, de lugares insondáveis do coração mas que todos conseguimos
reconhecer.
«Gosto de falar sobre relações entre as pessoas, os
vários
aspectos dessas relações. É isso que me interessa»
Consegue-o sem esforço, aliás. Com a sua voz, o fraseado que evoca
grandes cantores
românticos e crooners de respeito e um extraordinário instinto para as
baladas
poderosíssimas, Gonçalo Tavares é uma espécie de despertador de emoções,
alguém
que com a sua arte acorda pequenas mas necessárias revoluções do
coração, comelegância e saber.
A resposta literalmente apaixonada das plateias que o
vêem e ouvem
cantar não engana: Gonçalo vai direito ao coração, sem lamechices ou
concessões. E
parece conhecer os recantos desses labirintos que são as paixões, parece
conhecer os
segredos femininos, parece saber mais do que nós sabemos. Isso só se
consegue comdevoção e verdade.
No novo disco percebe-se bem o talento
que cresceu
devagar mas convicto. Há mais emoções perto de serem acordadas pelas
suas canções
que sabem do eterno balanço amoroso entre a felicidade da conquista e a
tristeza da
perda. Pelo meio, a sedução, sim.
E já se sabe: há algures um piano vertical a que bem podemos agradecer.